A história dos surdos é rica e complexa, marcada por desafios e conquistas significativas.
Primeiros Registros e Educação Inicial
Antiguidade: Há registros de pessoas surdas na Grécia e Roma antigas, onde a surdez era muitas vezes mal compreendida e associada a outras deficiências.
Século XVI: Surgem os primeiros esforços sistemáticos para educar pessoas surdas. Pedro Ponce de León, um monge espanhol, é frequentemente creditado como o primeiro a desenvolver métodos de ensino para surdos.
Desenvolvimento de Comunidades Surdas
Século XVII: Em Martha's Vineyard, uma ilha nos EUA, desenvolveu-se uma comunidade onde a surdez era comum e a língua de sinais era amplamente utilizada, criando uma sociedade inclusiva 1.
Século XVIII: Charles-Michel de l'Épée, na França, fundou a primeira escola pública para surdos, promovendo o uso da língua de sinais.
Avanços na Educação e Cultura
Século XIX: Thomas Hopkins Gallaudet e Laurent Clerc fundaram a primeira escola permanente para surdos nos EUA, em 1817. Este período também viu a criação de várias outras instituições educacionais para surdos 2.
1880: O Congresso Internacional de Educadores de Surdos em Milão decidiu que a educação oralista (focada na fala e leitura labial) deveria substituir a língua de sinais, uma decisão que teve um impacto negativo duradouro na educação de surdos.
Movimento pelos Direitos dos Surdos
Século XX: A comunidade surda começou a se organizar para lutar por seus direitos. A fundação da National Association of the Deaf (NAD) nos EUA foi um marco importante 3.
1960s: William Stokoe, um linguista americano, demonstrou que a língua de sinais americana (ASL) é uma língua completa e rica, o que ajudou a reverter a marginalização da língua de sinais.
Reconhecimento e Inclusão
Final do Século XX e Início do Século XXI: Houve um aumento no reconhecimento dos direitos dos surdos e na aceitação da língua de sinais. A tecnologia, como aparelhos auditivos e implantes cocleares, também começou a desempenhar um papel importante na vida das pessoas surdas.
Cultura Surda Contemporânea
Hoje: A cultura surda é vibrante e global, centrada na língua de sinais e nas relações comunitárias. A comunidade surda continua a lutar por inclusão e igualdade, celebrando suas conquistas e promovendo a educação e a aceitação da língua de sinais.
CURSO DE LIBRAS DO GOVERNO DO BRASIL
https://www.gov.br/pt-br/servicos/realizar-matricula-no-curso-de-libras-do-ines
https://www.escolavirtual.gov.br/curso/11
DICIONÁRIO DE LIBRAS
https://www.ines.gov.br/dicionario-de-libras/
A Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) não é universal.
Assim como as línguas faladas, as línguas de sinais se desenvolveram de forma independente em diferentes comunidades e países ao redor do mundo.
Aqui estão alguns pontos importantes sobre a diversidade das línguas de sinais:
Cada país tem sua própria língua de sinais: Assim como o Brasil tem o português, e outros países têm seus próprios idiomas, cada nação geralmente tem sua própria língua de sinais. Por exemplo, nos Estados Unidos usa-se a ASL (American Sign Language), no Reino Unido a BSL (British Sign Language) e em Portugal a LGP (Língua Gestual Portuguesa).
Diferenças gramaticais e de vocabulário: Cada língua de sinais possui sua própria gramática, estrutura e vocabulário de sinais, que podem ser completamente diferentes entre os países.
Variações regionais: Assim como nas línguas orais, também existem variações regionais dentro de uma mesma língua de sinais. Sinais e expressões podem variar de estado para estado ou de região para região dentro do Brasil.
Origens históricas distintas: A LIBRAS, por exemplo, tem sua origem na Língua de Sinais Francesa (LSF). Isso significa que ela tem mais semelhanças com a língua de sinais usada na França do que com a ASL, que também tem raízes na LSF, mas se desenvolveu de forma independente.
Existe algo como uma "Língua de Sinais Internacional"?
Sim, existe o que se chama de International Sign (IS), também conhecido como Gestuno. No entanto, não é uma língua natural completa com a complexidade gramatical das línguas de sinais nacionais. É mais como um pidgin ou uma forma simplificada de comunicação visual que usa sinais comuns e gestos para facilitar a comunicação entre pessoas surdas de diferentes países em eventos internacionais, como congressos e as Olimpíadas de Surdos.
Em resumo, aprender LIBRAS permitirá a comunicação com a comunidade surda no Brasil, mas não garantirá a comunicação com pessoas surdas de outros países, que utilizarão suas próprias línguas de sinais.

O Gestuno, atualmente mais conhecido como International Sign (IS) ou Língua de Sinais Internacional, é um sistema de comunicação visual utilizado principalmente em eventos internacionais que reúnem pessoas surdas de diferentes países. É importante entender que o Gestuno não é uma língua natural completa como a LIBRAS, a ASL ou outras línguas de sinais nacionais.
Aqui estão os pontos chave sobre o Gestuno:
Língua Auxiliar: O Gestuno funciona como uma língua auxiliar ou um sistema de contato, criado para facilitar a comunicação básica entre pessoas que não compartilham a mesma língua de sinais nativa.
Não possui gramática própria: Diferentemente das línguas de sinais naturais, o Gestuno não possui um sistema gramatical complexo e padronizado. As pessoas que o utilizam tendem a aplicar a gramática de suas próprias línguas de sinais ao usar os sinais do Gestuno.
Vocabulário limitado: O vocabulário do Gestuno é geralmente mais restrito, focando em conceitos e termos comuns utilizados em contextos internacionais, como reuniões, conferências, esportes (como as Surdolimpíadas) e viagens.
Sinais icônicos e arbitrários: O Gestuno utiliza uma mistura de sinais icônicos (que se assemelham visualmente ao que representam) e sinais arbitrários (cujo significado não é óbvio visualmente e precisa ser aprendido).
Desenvolvimento histórico: O Gestuno começou a ser desenvolvido na década de 1950 pela Federação Mundial de Surdos (WFD) com o objetivo de criar uma forma de comunicação comum para eventos internacionais. O termo "Gestuno" caiu em desuso, sendo substituído por "International Sign" (IS).
Uso em contextos específicos: O IS é mais comumente usado em situações formais internacionais, como apresentações, discursos e transmissões online de eventos com público surdo de diversas nacionalidades.
Não é uma língua materna: Ninguém aprende o IS como sua primeira língua. Ele é aprendido como uma segunda língua ou como uma ferramenta de comunicação para contextos específicos.
Variações e evolução: Como não é uma língua formalmente estabelecida com regras gramaticais rígidas, o IS pode apresentar variações dependendo dos interlocutores e do contexto. Ele também continua a evoluir com o uso.
Em resumo, o Gestuno ou International Sign é uma ferramenta valiosa para a comunicação intercultural entre pessoas surdas em um contexto global, mas não substitui a necessidade de aprender as línguas de sinais nacionais para uma comunicação plena e rica dentro de uma comunidade surda específica, como a comunidade surda brasileira que utiliza a LIBRAS.